Nordeste supera média nacional e Paraíba lidera crescimento econômico em 2025

A economia do Nordeste segue demonstrando força e superando as expectativas, mesmo em meio a um cenário macroeconômico nacional que permanece desafiador. De acordo com o Boletim Macro Regional – Nordeste, edição de março de 2025, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), a atividade econômica da região cresceu 4,0% em 2024, desempenho superior à média do Brasil, que ficou em 3,8%.

Entre os principais responsáveis por esse avanço, destacam-se os estados do Ceará e de Pernambuco, que registraram crescimentos expressivos de 5,5% e 4,7%, respectivamente. Esse bom desempenho foi impulsionado, sobretudo, pelos setores de serviços e pela indústria de transformação, que mantiveram ritmo sólido ao longo do ano. A Bahia também apresentou resultado positivo, crescendo 3,1%, embora esse número tenha ficado abaixo da média nordestina.

Porém, nem todos os setores conseguiram manter o mesmo fôlego. A indústria nordestina, apesar de crescer 2,5%, ficou abaixo da média nacional, que foi de 3,1%. Um dado particularmente preocupante é o recuo de 8,4% na indústria extrativa, o que segundo os especialistas do FGV, reforça a necessidade de atenção redobrada. Esse cenário serve como alerta para 2025, especialmente considerando que a economia brasileira ainda convive com juros altos, baixo apetite para investimentos e os impactos diretos de uma política monetária bastante restritiva. A análise da FGV aponta que o crescimento da região deve ser visto como um sinal positivo da resiliência nordestina, mas deixa claro que, caso a economia nacional continue perdendo força, a capacidade do Nordeste de sustentar esse ritmo poderá ser colocada à prova. Por isso, reforça-se a necessidade urgente de adotar estratégias sólidas, focadas em incentivar investimentos produtivos, fortalecer o setor privado e gerar empregos.

No entanto, um estado nordestino em especial chama a atenção por estar na contramão da desaceleração nacional: a Paraíba. Segundo estudo da Resenha Regional de Assessoramento Econômico do Banco do Brasil, atualizado em 30 de maio, a Paraíba deverá liderar o crescimento econômico entre todos os estados do Nordeste em 2025, com uma expansão estimada de 3,4%. Esse desempenho não só supera a média do Nordeste, projetada em 2,6%, como também deixa para trás a média nacional, que é de 2,5%.

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O grande motor desse avanço é, sem dúvidas, o setor industrial paraibano, que vem mantendo crescimento constante desde 2022. Para este ano, a expectativa é de que o PIB da indústria no estado suba 4,4%, o segundo maior crescimento industrial do Nordeste. Esse resultado fica bem acima tanto da média regional, de 2,7%, quanto da média nacional, que deve alcançar apenas 1,9%, segundo o mesmo levantamento. Além da indústria, a agropecuária da Paraíba também surpreende positivamente. Mesmo com boa parte de seu território inserido no semiárido — condição que, historicamente, limita a produtividade agrícola —, o setor agropecuário paraibano deve crescer 7,4% em 2025. O número representa a segunda maior taxa de crescimento agropecuário do Nordeste, ficando bem acima da média regional, que é de 5,3%. Contudo, ainda se mantém abaixo da média nacional, que, puxada por estados com condições climáticas mais favoráveis, chega a 8,2%.

O setor de serviços, que representa aproximadamente 70% de toda a economia da Paraíba, também desempenha papel fundamental nesse cenário de crescimento. A expectativa é que esse setor avance 3% este ano, desempenho que coloca o estado na liderança regional, superando a média nordestina e a nacional, ambas projetadas em 2,3%. Essa alta é sustentada pela força de atividades como comércio, transporte, armazenagem, correios, hospedagem, alimentação, além de serviços educacionais e de saúde privados, imobiliárias e serviços gerais, que seguem movimentando intensamente a economia local.

O ranking geral dos estados nordestinos para 2025, segundo o Banco do Brasil, é liderado pela Paraíba, com 3,4%, seguida por Bahia e Maranhão, ambos com 3,1%, e pelo Piauí, que deve crescer 3,0%. Na outra ponta, Pernambuco aparece com o desempenho mais tímido da região, projetando uma expansão de apenas 1,5% no PIB deste ano, o que, segundo analistas, reflete desafios estruturais e conjunturais que o estado precisará enfrentar para retomar um crescimento mais robusto.

O panorama deixa evidente que, mesmo diante de um país que enfrenta juros altos, restrição de crédito e uma série de desafios econômicos, a combinação de uma gestão eficiente com o fortalecimento dos setores produtivos pode fazer toda a diferença. A Paraíba, neste contexto, se consolida como exemplo de resiliência e protagonismo econômico no Nordeste, demonstrando que, quando há compromisso com o desenvolvimento, é possível prosperar mesmo em tempos de adversidade.

Referência bibliográfica: Fundação Getúlio Vargas

Redação da Revista Libertadora